Título: Cinco Dias, Cinco Noites
Realizador: José Fonseca e Costa
Ano: 1996
Cinco Dias, Cinco Noites é a adaptação cinematográfica da obra homónima de Manuel Tiago, o pseudónimo de Álvaro Cunhal, o líder histórico do Partido Comunista Português. Nele retrata como se dava o "salto", a passagem clandestina dos fugitivos portugueses na fronteira espanhola em direcção à França, durante o tempo do Estado Novo. A história é baseada no seu próprio caso real, de quando se deslocou a Moscovo, na antiga União Soviética.
Paulo Pires faz de evadido, que procura dar o salto, com a ajuda de um passador transmontano, interpretado por Vítor Norte. Ser passador era o mesmo que ser contrabandista, que era uma actividade muito útil nas povoações mais pobres. Por isso, eles têm o apoio dos locais, enquanto a Guarda Fiscal os tenta apanhar.
O filme é muito importante também porque retrata como se vivia no interior rural de Portugal durante o Estado Novo, mostrando a pobreza das aldeias, a vida dura do campo e as privações que se viviam na altura. Cinco Dias, Cinco Noites é, por isso, um documento histórico pré-25 de Abril, onde podemos fazer a comparação entre o passado e o presente. Os mais velhos podem recordar esses tempos e os mais novos perceber como eram.
A presença de um narrador ajuda a explicar a história de forma mais clara para os espectadores. O narrador é a personagem de Paulo Pires, o protagonista da história. O filme é, por isso, muito simples de seguir e entender, apesar de ter um ritmo algo lento, especialmente comparado com o cinema americano da actualidade.